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segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Comida gordurosa, não estômago vazio, disparam hormônio da fome

batata frita

Um novo estudo, realizado por pesquisadores da Universidade de Cincinnati, dos Estados Unidos, sugere que um dos hormônios responsáveis pela fome, a grelina, é ativado pela gordura que consumimos – e não pela que já temos no corpo – para otimizar o metabolismo de nutrientes e armazenar gordura.
Acreditava-se que a grelina se acumulava no corpo em período de jejum, e é encontrado no corpo logo antes das refeições. É conhecido como o “hormônio da fome” porque a administração de doses do hormônio estimula a fome e aumenta a ingestão de comida em humanos e animais de laboratório.
O estudo laboratorial muda completamente a visão que se tem sobre a grelina e aponta uma saída para futuros tratamentos de doenças metabólicas, que utilizariam a enzima estomacal responsável pela ativação do hormônio.
O papel da gordura na fome
A grelina requer a adição de um ácido gorduroso por uma enzima específica (O-acil-transferase) para ser ativado. Antes da pesquisa, acreditava-se que o ácido gorduroso era produzido pelo próprio corpo em períodos de jejum. A pesquisa, feita por Matthias Tschöp e sua equipe da Universidade, sugere que os ácidos gordurosos são produzidos, na realidade, através da ingestão de itens gordurosos.
A equipe de pesquisadores fez o estudo com ratos, que foram super expostos à enzima O-acil-transferase, e outro grupo de ratos que teve a enzima suprimida. Foi descoberto que, quando tinham uma dieta rica em gordura, os ratos sem a enzima acumularam menos gordura que ratos normais, enquanto aqueles que foram super expostos à enzima acumularam mais massa gordurosa do que ratos fora do experimento. “Quando foram expostos a certas comidas gordurosas, os ratos com mais O-acil-transferase ficaram mais gordos”, afirma Tschöp. “Os ratos sem a enzima ganharam menos peso, pois seu cérebro não recebe o sinal que diz que a gordura chegou e precisa ser armazenada”, diz.
A pesquisa muda um modelo que era usado há mais de uma década, diz Tschöp, e os pesquisadores acreditam que a grelina é um sensor lipídico no estômago, que informa ao cérebro quando calorias estão disponíveis – o que libera a passagem para processos consumidores de calorias, como o crescimento. “Ficamos interessados em entender como o hormônio pode estar envolvido nos benefícios da cirurgia bariátrica”, diz o pesquisador. “A cirurgia reduz o apetite e melhora o metabolismo logo antes da perda de peso, e faz com que a comida passe direto pelo estômago e pelas partes do corpo que contêm as enzimas O-acil-transferase e a grelina, o que evitaria a ativação do hormônio da fome”.
Segundo o pesquisador, o estudo não pode ser imediatamente transposto para o organismo humano, porém, um estudo recente da Universidade de Virginia (EUA) mediu concentrações ativas e inativas do hormônio da fome, e descobriu que na presença de gordura, os níveis de grelina aumentaram, como descrito na pesquisa de Tschöp.

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