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segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Dieta genética: Rato com gene desativado não consegue engordar

rato branco de laboratorio

Pesquisadores da Universidade Berkeley, na Califórnia, identificaram um gene que tem um papel crucial regulador no processo de converter os carboidratos que ingerimos em gordura. Eles desabilitaram esse gene em ratos que, consequentemente, passaram a apresentar menos gordura corporal do que outros ratos que eram alimentados da mesma forma, com a mesma quantidade de ração.
Os autores do estudo dizem que os estudos relacionados ao gene, chamado DNA-PK, podem representar um grande avanço em prevenção de obesidade (quando é causada pela ingestão de muitos carboidratos – massas e doces, principalmente).
O DNA-PK já foi assunto de muitos outros estudos, já que ele também ajuda a corrigir possíveis falhas no DNA. A supressão do gene também é usada em alguns tratamentos contra o câncer, para matar as células dos tumores. O seu papel na síntese de gordura, no entanto, foi uma surpresa para os pesquisadores de Berkeley.
“Na verdade, o DNA-PK é essencial para um processo metabólico que estamos tentando entender há 20 anos” declara Hei Sook, professor do departamento de Ciência Nutricional de Berkeley e condutor das pesquisas.
“Pela primeira vez, conectamos o DNA-PK com a formação de gordura através de carboidratos, no fígado. Identificar esse elo nos deixa a um passo de entender a obesidade causada por uma dieta muito rica em carboidratos e torna mais fácil a prevenção de sobrepeso” explica Sook.
Depois de uma refeição na qual foi ingerida pizza e refrigerante os níveis de glucose, a forma digerida dos carboidratos, no sangue aumentam consideravelmente. O aumento de glucose no sangue faz com que haja uma secreção hormonal de insulina. A insulina, por sua vez, irá ajudar as células do corpo a realizarem suas atividades, provendo-as com energia.
A conversão da glucose excessiva em ácidos gordurosos ocorre no fígado, mas a forma molecular na qual isso acontece ainda não foi completamente entendida. “O elo que falta para que entendamos isso é o DNA-PK” explica Roger Wong, pesquisador de Berkeley.
“O DNA-PK age como um sinalizador molecular que desencadeia a reação que faz as células receptoras do fígado se ligarem com a insulina. Isso explica porque os pacientes com Diabete 1, que não podem produzir insulina suficiente, podem passar por uma perda significativa de peso. Sem tratamento, eles não conseguem produzir gordura suficiente” declara Wong.
Os pesquisadores declaram que, embora dietas para a perda de peso sempre tratem de baixa ingestão de carboidratos, uma quantidade mínima é necessária.
Esse estudo faz parte de uma pesquisa em maior escala, que pretende entender melhor o mecanismo molecular da produção de gordura.

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